Brasil já dá os primeiros passos para o geoturismo



Seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem desenvolvendo ao longo dos anos estudos no âmbito da geologia, que nesse país de oportunidades, onde as riquezas minerais têm representado significativa expressão na economia, agora busca também a implantação do geoturismo.
E isso é fundamental, não apenas para o turismo, que já é uma atividade reconhecida pela geração e distribuição de renda, mas também para educação, ciência e cultura, levando às pessoas a um entendimento do meio em que elas vivem, indo além do aspecto ecológico, mas sim procurar entender a respeito das origens da própria Terra.
Embora o Serviço Geológico do Brasil, universidades, dentre outros, avançam rápido nos potenciais geológicos e turísticos, há apenas um geoparque nas Américas, o Araripe Geopark, no Ceará. Novas propostas surgem no país, sendo que o próximo geoparque será em Mato Grosso do Sul, na região de Bonito e Pantanal.
Geoparque é um conceito recente da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que une preservação e desenvolvimento. Aplica-se a áreas com relevantes testemunhos geológicos e paleontológicos da evolução da Terra e cuja preservação se associe à educação e inclusão social.

Em Mato Grosso do Sul, o projeto é uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional (IPHAN) em parceria com o Governo do Estado e apoio do Departamento Nacional de Produção de Mineral, o Serviço Geológico do Brasil, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e prefeituras da região. Porém vale ressaltar o empenho de Bonito (MS), onde possivelmente será a sede do geoparque proposto.

O segundo geoparque das Américas terá uma área de aproximadamente 30.000 quilômetros quadrados, sendo assim entre os maiores do mundo. O dossiê que será encaminhado para apreciação da UNESCO está recebendo importantes contribuições de cientistas como Paulo Boggiani (USP), Alexandre Sales (Universidade Regional do Cariri – URCA-CE) e Gero Hillmer (Universidade de Hamburgo).


Na porção pantaneira, o potencial está não apenas na geologia, onde há a mineração de ferro e manganês, mas também a respeito dos fósseis Corumbella werneri e Cloudina lucianoi, respectivamente o organismo multi-celular mais antigo conhecido e o primeiro organismo com esqueleto. Tudo isso com curiosos sítios arqueológicos e o interessantíssimo Museu de História do Pantanal (MUHPAN), em Corumbá (MS).

Já ao sul da Serra da Bodoquena, as histórias da sangrenta Guerra do Paraguai, revivendo as batalhas, com seus heróis, monumentos e paz entre as duas nações.

À Leste da Serra, as interessantes pegadas de dinossauros, intrigando pesquisadores e a comunidade.

Em Bonito (MS) a rochas contam histórias. Interpretá-las é uma aventura, num pequeno trecho de 60 quilômetros, numa estrada que corta a Serra da Bodoquena no sentido oeste-leste, temos grande parte da história da Terra contada pelas diferentes rochas. São 2 bilhões de anos de história. Certamente é um fascínio único, para turistas cientistas, como qualquer pessoa que queira saber mais a respeito do nosso planeta.

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