Violência em São Paulo!

Ultimamente temos sido bombardeados por notícias de violência de todas as formas, mas agora a violência encontrou uma nova forma de agir: através do Estado.
É claro que contribuintes aspirantes à aposentadoria irem ao órgão público referente a esse assunto e, após esperarem algumas horas para serem atendidos receberem a informação para voltarem depois e, ainda essa história se prolongar por alguns anos até que morram antes de receber o benefício, é uma violência.
Também temos a questão de pessoas que "pegam emprestado" a merenda escolar. Ou mesmo crianças que decidem não estudar, mas apenas frenqüentar a escola e desreispeitar a todos, onde a escola se defende dizendo que não podem fazer nada por causa do Estatuto da Criança e do Adolescente (Bobagem, pois o estatuto não fala que a escola não deve ter regras).
Podemos enumerar muitas formas de violência institucional, já não bastasse os criminosos corriqueiros.
No entanto, temos percebido que o Estado tem sido ineficiente também na questão segurança pública, além de outras coisas mais.
Episódio como o ocorrido em 16 de outubro, o confronto entre as polícias civil e militar diante do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, promoveu muitos feridos e, demonstra como a sociedade brasileira precisa repensar a respeito de suas estruturas.
A exemplo da questão policial, não se vê polícia militar em países democráticos e desenvolvidos, pois isso é comum em governos autoritários. Nas democracias é comum a existência de uma ordem bem clara na hierarquia.
Além disso, faltou diálogo, faltou planejamento, faltou bom senso, pois muitas estratégias para solução da crise poderiam ser tentadas, porém buscou-se um espetáculo diante do palácio, como no Coliseu, na Roma antiga.
Mas e os cidadãos? Podem confiar no Estado? Atitudes como essas demonstram o lado selvagem do ser humano ou que as pessoas que deveriam proteger a sociedade estão brincando... ou talvez seja outra coisa, mas o importante é que a sociedade não deve deixar passar, mas sim, pensar numa proposta de mudança.
Também podemos citar o caso "Eloá Cristina Pimentel", onde não precisa ser policial para saber que houve uma seqüencia de erros absurdos, pois sendo nós, a sociedade, não só temos o direito de criticar, mas o dever de nos envolver para consertar as instituições, que parecem ter se perdido em seus caminhos.
No caso em questão, Eloá (15 anos) é mantida em cárcere privado de 13 a 17 de outubro, por mais de 100 horas. Sua amiga Nayara , que é libertada, volta ao cárcere sob a permissão da polícia e, sendo ainda uma adolescente deveríamos pensar mais ainda em protegê-la, não deveríamos?
Lidemberg Alves, o seqüestrador e também o ex-namorado de Eloá, ameaçou a vida das adolescentes, deu ordens à polícia e ignorou a existência de uma sociedade livre.
Outro erro é deixar passar um tempo muito longo e ainda acreditar que tudo acabaria bem. Após algumas horas nesse tipo de tensão, o criminoso já não tem a sua capacidade total de raciocínio, devido ao próprio estresse, por isso, a negociação para uma solução pacífica deve ser rápida e com todo esforço.
Em muitas democracias faz-se isso mesmo, mas infelizmente, nem todos os criminosos, buscam a paz, o que leva a uma atitude mais radical, onde se elimina o bandido, não a vítima.
Mas a polícia paulista fez o seguinte: Deixou as circunstâncias "rolarem", deixou uma adolescente ferida (Nayara), outra adolescente assassinada (Eloá) e, preservou a vida do criminoso assassino (Lindemberg).
Claro, policiais, comandantes, engravatados e etc. podem dizer que estavam lá, ou mesmo são responsáveis por quem lá estava e, assim teriam as condições de saber o que foi necessário. Mas tendo em vista toda a ação descoordenada e o saldo, será quem estava lá para servir e proteger sabia o que estava fazendo?
Lembro-me de ver pela TV uma pessoa subindo a escada com uma maca, logo descendo com a maca vazia e depois imediatamente subindo novamente com a mesma. Se alguém tivesse em coma e acordasse na sexta, 17 de outubro e, ligasse a TV, poderia achar que era um novo programa de humor, se não fosse trágico.
Será que o Estado está brincando, ou ele é assim mesmo?
De uma forma ou de outra, o Estado é fruto de nossa sociedade e, nós, sociedade é que temos que domar nossos instintos violentos. Bandido é apenas bandido, mas a doença da violência contagiou nossas almas.
Vamos convivendo com isso e nos conformando, mas temos que reagir, antes que matemos uns aos outros.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Capitalismo X Feudalismo Aprimorado